Há quem estranhe nosso uso do termo “TCHÊ”, tem gente que até acha chulo este linguajar.
Ao descobrir a sua origem tenho certeza que vão mudar de opinião.
Quem já não ouviu um gaúcho dizer: "Barbaridade, Tchê"?
Ou de modo mais abreviado "bah, Tchê"?
Essa expressão, própria do sul, tem um significado muito curioso.
Para entender é preciso falar um pouquinho do espanhol, dos quais
os gaúchos herdaram seu "Tchê".
Há muitos anos, antes da descoberta do Brasil, o latim marcava acentuada
presença nas línguas européias como o francês, espanhol e o português.
Além disso o fervor religioso era muito grande entre a população mais simples.
Por essa razão, a linguagem falada no dia, era dominada por expressões
religiosas como: "vá com Deus", "queira Deus que isso aconteça", "juro
pelo céu que estou falando a verdade" e assim por diante.
Uma forma comum das pessoas se referirem a outra era usando interjeições
também religiosas como: "Ô criatura de Deus, por que você fez isso"? Ou
"menino do céu, onde você pensa que vai"?
Muita gente especialmente no interior ainda fala desse jeito.
Os espanhóis preferiam abreviar algumas dessas interjeições e, ao invés de
exclamar "gente do céu", falavam apenas Che! (se lê Tchê) que era uma abreviatura
da palavra caelestis (se lê tchelestis) e significa do céu.
Eles usavam essa expressão para expressar espanto, admiração, susto.
Era talvez uma forma de apelar a Deus na hora do sufoco. Mas também
serviam dela para chamar pessoas ou animais.
Com a descoberta da América, os espanhóis trouxeram essa expressão para as
colônias latino-americanas.
Aí os Gaúchos, que eram vizinhos dos argentinos e uruguaios acabaram importando
para a sua forma de falar.
Portanto exclamar "Tchê" ao se referir a alguém significa considerá-lo alguém "do céu".
Que bom seria se todos nos tratássemos assim.
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